MAIS OU MENOS MENTIROSO

O procurador-geral da república, Souto Moura, afinal não é procurador-geral da república. Segundo apurou a redacção do Mais Ou Menos Mentiroso, Souto Moura trabalhou toda a sua vida nos CTT-Correios de Portugal, no balcão da Av. Almirante Reis, em Lisboa – de onde escrevia regularmente ao bastonário da Ordem dos Advogados, José Miguel Júdice - e aos fins-de-semana distribuía folhetos de propaganda a urbanizações de luxo no final da José Augusto de Aguiar, no sentido Amoreiras-Marquês de Pombal (quem vem do Rato apanha a linha amarela e sai na Rotunda).

“Olhe, a mim enganou-me ele bem”, afirmou José Miguel Júdice, com quem Souto Moura trocou 34 cartas abertas e 21 fechadas só nas duas últimas semanas.
O bastonário alertou para a onda de choque que vai atingir toda a sociedade portuguesa na sequência desta revelação e para o problema de incompatibilidade semântica patente na frase “o procurador-geral da república não é procurador-geral da república”.

A provedora da Casa Pia, Catalina Pestana, mostrou-se chocada com a notícia e prometeu uma conferência de imprensa para esta noite, às 20h00, durante a qual os jornalistas lhe perguntarão se está chocada com a notícia. Um enviado especial da agência Reuters estará presente para determinar o género da provedora da Casa Pia.

Miguel Sousa Tavares desmascara Souto Moura

Na quinta-feira da semana passada, Souto Moura endereçou a Júdice seis cartas abertas e cinco fechadas, depois de este lhe ter enviado três abertas e duas fechadas. Souto Moura terá dito aos seus colegas que não iria “ficar atrás” do bastonário, tendo sido de imediato repreendido pelo uso de uma expressão que poderá ter dois sentidos, dependendo do agente da PJ que esteja a ouvir a conversa.

Numa dessas cartas, que devido a um pequeno lapso dos CTT acabaria por ir parar às redacções de todos os jornais, rádios e televisões do país, Souto Moura usou um carimbo dos Correios. Confrontado com este facto, Souto Moura acabou por reconhecer que era efectivamente funcionário dos CTT e não procurador-geral da república, o que levantou fortes suspeitas, levando vários jornalistas atentos a equacionar a hipótese de Souto Moura não ser procurador-geral da república mas sim funcionário dos CTT.

A verdade foi finalmente descoberta por Miguel Sousa Tavares, em conversa com Manuela Moura Guedes. “Estava no bolso deste casaco, que eu já não usava vai para dois anos. A sorte é que ainda não o tinha mandado lavar”, disse MST.

O comentador da TVI prepara-se agora para lançar mais três romances, intitulados “A Manuela abriu a boca e comeu-me”, “Os bíceps de Rui Teixeira e outros meios para fazer justiça” e “O meu coração já tem dono” – este em parceria com Margarida Rebelo Pinto.

A propósito, o Núcleo Duro apurou que a chamada de Ferro Rodrigues foi gravada a partir de um telefone com escuta no Mosteiro de Chaolim, na China.

A afirmação de Ferro Rodrigues sobre o segredo de justiça foi apresentada pela SIC sem a devida contextualização. O Mais Ou Menos Mentiroso teve acesso às transcrições das conversas telefónicas entre o Estado-maior socialista e deixa aqui a frase de Ferro Rodrigues, devidamente contextualizada:

Ferro Rodrigues: "Pá, eu respeito o segredo de justiça e acho mesmo, pá, que é um valor fundamental para a democracia portuguesa. Eu adormeço a pensar no segredo de justiça, pá, e levanto-me com ele na cabeça, pá. Pá, eu estou-me cagando para o segredo de justiça. Acho mesmo que o melhor do mundo não são as crianças; o melhor do mundo é mesmo o segredo de justiça, pá".

Mais Ou Menos Mentiroso reage oficialmente à nomeação de duas mulheres para o Governo de Portugal: "Isto já não é um Governo; é uma reunião da Tupperware!"

34 – Por que é que meteram o tribunal superior nisto? Em que é que os outros tribunais são inferiores para se justificar chamar a este "superior"? Casos de abuso de crianças não seriam mais bem entregues ao Tribunal de Pequena Instância? E por que não ao Tribunal da Relação, uma vez que se tratam de crimes sexuais?

35 – Por que é que o tribunal da Boa Hora se chama assim? Boa para quem?

36 – O estrupo não é um crime contra a língua portuguesa?

37 – Quem foi que disse que barulhento não tem cheiro?

"Mal conseguia levantar voo"

Helicóptero de Lamego já era abusado desde pequenino

Um elemento da corporação de bombeiros de Lamego, contactado pela redacção do Mais Ou Menos Mentiroso (um de nós os dois), revelou que o helicóptero que proporcionava voos turísticos aos amigos das forças vivas da terra era alvo de abusos desde tenra idade.

Falando ao telefone de cara tapada para não ser reconhecido, o bombeiro “Joaquim” – vamos chamar-lhe assim, até porque não sabemos o nome dele - repetiu as acusações que fez à SIC com a voz distorcida, mas juntou-lhe mais duas ou três que acabaram por ficar de fora da reportagem da estação de Carnaxide por serem consideradas “matéria sensível”.

O pedopsiquiatra Pedro Strecht, que presta assistência a dezenas de helicópteros abusados pela corporação de bombeiros de Lamego, mostrou-se chocado com as declarações de “Joaquim”, embora não perceba “por que raio o registo civil aceitou registar um nome entre aspas”.

“Quando falei com ele, mal conseguia levantar voo”, contou Pedro Strecht, fazendo questão de salientar que se referia ao helicóptero e não a ele próprio.

Apesar da onda de choque provocada pelas declarações de “Joaquim”, o bombeiro assegura que o abuso do helicóptero era um facto conhecido na cidade. “Joaquim” afirma mesmo que a frase “O helicóptero de Lamego já era abusado desde pequenino” é mais proferida pelos habitantes de Lamego do que a frase “Os Estados Unidos ganharam a guerra, mas estão a perder a paz”, embora a diferença não seja muita.

O ex-casa-piano Pedro Namora preferiu não comentar as declarações de “Joaquim”, mas sempre foi dizendo que “os helicópteros não mentem”.

A Inspecção-Geral das Actividades Culturais, a Inspecção-Geral da Administração Interna e a Casa Pia de Lisboa estão agora a discutir quem deverá apurar responsabilidades, embora o Governo já tenha demitido dois directores-gerais e três administradores-delegados.